
PNLD 2018 Literário

Categoria 5
(Ensino Fundamental - 4º e 5º ano)
Obra 1372L18602
Temas: O mundo natural e social; Família, amigos e escola; Autoconhecimento, sentimentos e emoções; Encontros com a diferença
DANDI E A ÁRVORE PALAVREIRA
Texto: Ana Cristina Melo
Ilustrações: Patrícia Melo
Dandi só conhecia um tipo de casa, a casa do sítio, onde moravam os pais, os cinco irmãos, tia Tonha e vô Chico - o vô das histórias, o vô que lhe ensinou o que fazer com as palavras; o vô que lhe revelou uma lenda antiga, sobre uma árvore com frutos muito diferentes e um segredo que iria acompanhá-lo por toda a vida.
Este livro é uma homenagem da escritora à palavra mais bonita com que somos presenteados na vida: família! E sua homenagem a tudo que ouviu sua mãe contar, sobre a vida na roça, a vida com seus irmãos, a vida com seu avô.
"È minha homenagem às palavras que minha mãe semeou em mim.", diz Ana Cristina Melo
Dandi era o menor de todos os irmãos, o de olho mais vidrado, o de cabeça cheia de ideias, o de olhos de horizonte, enxergando sempre além. A mãe costumava dizer que ele veio com fogo nos olhos e nos pés. Vivia perguntando, remexendo, cavoucando.
Vô Chico, o pai do pai, ficava pelos cantos da casa, pelas terras do sítio, juntando ideias para transformar em histórias.
Uma união que se torna mágica: o desejo de aprender com o desejo de ensinar.
A palavra escola, para Dandi e os irmãos, era sonho da cidade. Mas Dandi sempre gostou das palavras. Aprendeu a falar cedo, tomou gosto por destravar a língua. Até para a vaca Mizuca ele contava histórias. Escola ficou sendo dentro de casa, nos buraquinhos do tempo. Um dia, aprendiam uma letra, no outro aprendiam a contar espiga. Mas foi vô Chico quem ensinou a Dandi o que fazer com as palavras. Um dia, disse ao menino:
"Não adianta nada pensar bonito, se o pensamento sai da boca deitado em palavra torta."
De tarde, vô Chico se deitava na rede da varanda e mandava o menino sentar no chão, ao seu lado. Um aconchego sempre com gosto de descoberta. Tinha dia que era o dia do silêncio, de ver o sol se esconder atrás do morro, ou de ouvir as formigas marcharem. Ou deixar o olho se perder no horizonte, na brisa que brincava com as árvores. Mas tinha dia especial, dia de ouvir história de índio, de branco, de negro, ou de raça misturada. E cada história que vô Chico contava fazia o menino enxergar um pouco mais. E sempre pedia que Dandi escrevesse a primeira palavra que cutucasse sua mente ao relembrar o que tinha ouvido.
Um dia, eles encontram no meio da mata uma árvore menina, e o leitor irá descobrir o grande segredo deste livro...

